sexta-feira, 25 de junho de 2010

MOÇAMBIQUE

Em dia de festa pela celebração dos 35 anos de independência de Moçambique, as letras de Patraquim, publicadas no BUALA para ler inteiro aqui

“Mas, afinal, o que é que tu és, a estilar ao italiano?”
“Sforza, seu macua do caniço!”
“Café com leite!”
“E com muito gosto!”
Zefanias soerguia-se do banco e fazia uma vénia.
“Messere Silva, retire-me esta Laurentina choca e sirva-me um galão, um galão equilibrado, metade leite, metade café.”
“Messere, uma porra, ó Zefanias! Queres da tua cor, é isso?”
“Na justa medida”, respondia o nosso homem.

in " A cançao de Zefanias Sforza" de Luís Carlos Patraquim

quarta-feira, 23 de junho de 2010

SOWETO

Nas "South-West Townships" da cidade de Johannesburg - África do Sul, há 34 anos atrás, uma marcha de estudantes negros chamava a atenção do mundo e iniciava a história da nação arco-iris.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PENSAR

Quais as implicações das narrativas regionais da arte contemporânea no contexto global? Reflectem uma nova abordagem aos "modernismos múltiplos" ou são outra forma de essencialismo?


A moçambicana Angela Ferreira (Maison Tropical) e o angolano Kiluange Kia-Henda (Projecto Ícaro) são dois dos convidados que falam da sua forma de pensar e de trabalhar, das suas peças e do contexto em que as produzem.

terça-feira, 15 de junho de 2010

CARTIER-BRESSON

Até 28 de Junho, em Nova York no MOMA , mostra
Henri Cartier-Bresson: The Modern Century.
pode ver-se aqui muito da exposição  e  no videos da playlist ouvir-se algumas notas sobre os trabalhos apresentados.


A voz do fotógrafo explica neste vídeo o momento decisivo de cada fotrografia



LISBOA

A Fundação PLMJ apresenta as exposições “Matxaxulana” e “Marrabenta”, dos artistas moçambicanos Ídasse e Pinto, a inaugurar no dia 24 de Junho, às 18H30, no Espaço Fundação PLMJ, em Lisboa.

sábado, 12 de junho de 2010

POP

Taipei Pop Music Center
Taipei, Taiwan, 
Republic of China, 2010
Scheduled Construction, 2014
Type: Pop Music Center

Reiser + Umemoto são os autores do projecto vencedor do concurso internacional.

terça-feira, 8 de junho de 2010

BUALA







Patente, a partir de hoje, 

"Portos de convergência" de Mauro Pinto  na galeria virtual do  BUALA

CANAVIAL



Um canavial em chamas na garagem da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa
O Brilhante Futuro da Cana-de-Açúcar de Kilian Glasner a partir de 18 de Junho.

«Desenho com 5 metros de altura por 42 metros de largura (aproximadamente), a pastel, onde se equaciona de um modo particularmente subtil a actual cadeia de produção da cana-de-açúcar e a escala da sua economia, nomeadamente no que diz respeito à produção de etanol. Mas, de uma forma ainda mais subliminar, podemos ver nesta obra uma referência ao passado, onde se cruzam as histórias do Brasil, de Portugal e de África. Por outro lado, a tradição de intervenção social da história das artes latino-americanas, feita através do muralismo, é um aspecto fulcral desta opção artística.» (in Jornal Próximo Futuro nº4)

sábado, 5 de junho de 2010

CASAS

 
Falemos de Casas, o poema de Herberto Helder serve de mote para a Trienal de Arquitectura de Lisboa que vai ter nova edição em Out/2010. Passeie pelo site da trienal e pelo blog.



Falemos de casas, do sagaz exercício de um poder
tão firme e silencioso como só houve
no tempo mais antigo.
Estes são os arquitectos, aqueles que vão morrer,
sorrindo com ironia e doçura no fundo
de um alto segredo que os restitui à lama.
De doces mãos irreprimíveis.
- Sobre os meses, sonhando nas últimas chuvas,
as casas encontram seu inocente jeito de durar contra
a boca subtil rodeada em cima pela treva das palavras.

Digamos que descobrimos amoras, a corrente oculta
do gosto, o entusiasmo do mundo.
Descobrimos corpos de gente que se protege e sorve, e o silêncio
admirável das fontes –
pensamentos nas pedras de alguma coisa celeste
como fogo exemplar.
Digamos que dormimos nas casas, e vemos as musas
um pouco inclinadas para nós como estreitas e erguidas flores
tenebrosas, e temos memória
e absorvente melancolia
e atenção às portas sobre a extinção dos dias altos.

Estas são as casas. E se vamos morrer nós mesmos,
espantamo-nos um pouco, e muito, com tais arquitectos
que não viram as torrentes infindáveis
das rosas, ou as águas permanentes,
ou um sinal de eternidade espalhado nos corações
rápidos.
- Que fizeram estes arquitectos destas casas, eles que vagabundearam
pelos muitos sentidos dos meses,
dizendo: aqui fica uma casa, aqui outra, aqui outra,
para que se faça uma ordem, uma duração,
uma beleza contra a força divina?

Alguém trouxera cavalos, descendo os caminhos da montanha.
Alguém viera do mar.
Alguém chegara do estrangeiro, coberto de pó.
Alguém lera livros, poemas, profecias, mandamentos,
inspirações.
- Estas casas serão destruídas.
Como um girassol, elaborado para a bebedeira, insistente
no seu casamento solar, assim
se esgotará cada casa, esbulhada de um fogo,
vergando a demorada cabeça para os rios misteriosos
da terra
onde os próprios arquitectos se desfazem com suas mãos
múltiplas, as caras ardendo nas velozes
iluminações.

Falemos de casas. É verão, outono,
nome profuso entre as paisagens inclinadas
Traziam o sal, os construtores
da alma, comportavam em si
restituidores deslumbramentos em presença da suspensão
de animais e estrelas,
imaginavam bem a pureza com homens e mulheres
ao lado uns dos outros, sorrindo enigmaticamente,
tocando uns nos outros –
comovidos, difíceis, dadivosos,
ardendo devagar.

Só um instante em cada primavera se encontravam
com o junquilho original,
arrefeciam o resto do ano, eram breves os mestres
da inspiração.
- E as casas levantavam-se
sobre as águas ao comprido do céu.
Mas casas, arquitectos, encantadas trocas de carne
doce e obsessiva - tudo isso
está longe da canção que era preciso escrever.         

- E de tudo os espelhos são a invenção mais impura.

Falemos de casas, da morte. Casas são rosas
Para cheirar muito cedo, ou à noite, quando a esperança
Nos abandona para sempre.
Casas são rios diuturnos, nocturnos rios
Celestes que fulguram lentamente
Até uma baía fria – que talvez não exista,
como uma secreta eternidade.

Falemos de casas como quem fala da sua alma,
Entre um incêndio,
Junto ao modelo das searas,
na aprendizagem da paciência de vê-las erguer
e morrer com um pouco, um pouco
de beleza.

Herberto Helder, A Colher na Boca. 
Lisboa, Ática, 1961. p. 13-15.  Ou o Poema Contínuo. Lisboa, Assírio & Alvim, 2004. p. 9-12.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

ESPERANÇA

O Festival Belluard Bollwerk International and the Migros Culture Percentage procura projectos artísticos que tratem a ESPERANÇA. até 18/10/2010. Mais informações aqui


At the beginning of the second decade of the 21st century hope seems to occupy centre stage on the political and cultural scene. Though a lot of the time no more than a rhetoric strategy to get people in line on issues like ecological doom, global confusion or political terror, a contemporary understanding of hope might prove to be a useful strategy in constructing a different perspective on our social and artistic attitudes.

Hope in this age is no longer projected upon a distant utopia, a far-away future. We no longer believe in the big ideologies, since we seem to have been sucked up head-over-heels by the all-encompassing musings of capitalism. Instead of dreaming about a bloody revolution, hope situates itself today in the eternal now: in every situation, relation, ethical set-up you commit to.

In other words: hope is about rethinking space and relations, about daring to allow change to happen, however small, in whatever kind of way. A hopeful gesture is one that alters the situation: between me and you, between me and my environment, and in that moment changes both of us.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

BUTHO

Kazuo Ohno, o bailarino japonês que se destacou com um dos principais intérpretes do butô (Butho), morreu em Yokohama, no Japão aos 103 anos.

terça-feira, 1 de junho de 2010

MUNDIAL


O que se passa no país do lado, e o que se passa ao lado do Mundial. Para ler no Jornal Público


"Brancos com medo de negros. Negros com raiva de brancos. Raparigas que trocam sexo por dois euros e não têm coragem de exigir preservativo. Quase seis milhões de seropositivos, sobretudo jovens, sobretudo pobres. Milhões ainda em bairros de lata. Depois do apartheid, a África do Sul viu a verdade. Foi um milagre humano não ter explodido. Mas a reconciliação é urgente. Há homens e mulheres a trabalhar nisso. Desmond Tutu acredita que o país vai dar a volta e o Mundial será um orgulho.
(...)
A Fundação Desmond Tutu HIV, que faz investigação, rastreio e prevenção, lançou esta clínica móvel há dois anos. Em Outubro passado, o próprio arcebispo se sentou lá dentro a fazer o teste. E como ele, antes e depois, mais 15 mil pessoas. Se os mais pobres não vêm à clínica, a clínica vai até eles.
Hoje, a novidade é que também vão os Freshly Ground, banda pop sul-africana. O mundo vai vê-los em breve ao lado de Shakira, a abrir e a fechar o Mundial. E esta manhã, darão a cara pelo Tutu Tester, a partir das dez."